O jornalista Marco Aurélio D'Eça conversou com pelo menos doze deputados estaduais, auxiliares do governo e aliados políticos do governador Carlos Brandão (PSB) sobre os recentes movimentos do Palácio dos Leões em apoio ao vice-governador Felipe Camarão (PT). De acordo com o que foi apurado, todos expressaram um forte desconforto com a reaproximação dos dinistas ao governo atual.
Brandão tem feito gestos claros para incluir Felipe Camarão de forma mais direta na agenda do governo, permitindo que o vice-governador participe ativamente da entrega e lançamento de obras. Além disso, Camarão recebeu, na última semana, apoio de secretários de estado e prefeitos de diferentes municípios. Essas movimentações não passaram despercebidas, e a bancada dinista tem respondido positivamente, conforme registrado pelo jornalista Marco Aurélio D'Eça.
Para alguns deputados ligados ao governo, o fortalecimento de Camarão pode representar um retrocesso para seus próprios projetos políticos. “Essa reunificação é ruim pra mim; pro meu projeto de 2026”, desabafou um parlamentar que se opõe à aproximação com os dinistas.
Outro deputado comentou: “Eu ainda preciso entender como um governo abre mão de uma bancada de 30, 35 deputados em favorecimento a uma meia dúzia”. A posição de resistência é clara: a Assembleia Legislativa se mostra como o principal centro de resistência à união entre os grupos de Brandão e os remanescentes do governo Flávio Dino.
De acordo com os depoimentos ouvidos pelo jornalista, a maioria dos parlamentares prefere que Brandão continue no comando. Eles acreditam que o governador tem totais condições de lançar um nome forte e garantir a vitória nas próximas eleições. Por outro lado, a aliança com Felipe Camarão é vista como um movimento que pode favorecer o retorno ao poder dos dinistas, prejudicando os planos políticos dos aliados de Brandão.
Apesar da resistência, no Palácio dos Leões, a ordem é continuar com os gestos de apoio a Felipe Camarão. E os dinistas, por sua vez, agradecem pela chance de fortalecer sua posição no cenário político do estado.